9 de janeiro de 2012

CRÍTICA: A sexta temporada de Dexter


Nem o cliffhanger tão esperado pelos fãs da série salvou Dexter de fazer sua pior temporada até aqui. Depois da fraca quinta temporada, os trailers e imagens desta temporada aumentaram as expectativas de todo mundo. Fazer o assassino serial mais querido do mundo questionar sua fé (ou a falta) parecia uma boa ideia. E tudo caminhou relativamente bem, até o meio da temporada. Não era nada genial, mas estava na média da série. Apesar de muito mais didático que antes, os questionamentos do personagem principal ainda eram interessantes. Na metade final a coisa desandou: o roteiro ficou incoerente, as situações ficaram forçadas e soluções fáceis e preguiçosas foram usadas exaustivamente no fraco roteiro.


Dexter subestimou seu expectador. E nem estou falando do plot twist óbvio do Professor Gellar (Edward James Olmo, mal aproveitado) estar morto, e Travis (Colin Hanks) ser o único assassino do Apocalipse. Como eu disse, isso sempre foi óbvio. O problema foi a sucessão de ofensas à inteligência do expectador. Em certo momento, pra citar um exemplo, Dexter chega na cena do crime e encontra todos do lado de fora, esperando sua chegada. Isso é procedimento padrão? Não, claro que não! Isso é conveniente pra roteiro mal escrito, já que dentro da casa tinha um quadro com a cara de Dexter. Desde quando a polícia em Miami chega na cena de um crime, não se certifica se o assassino ainda está no local, se as vítimas estão vivas, enfim, não fazem nada? Desde quando eles ficam esperando o perito em sangue chegar? Quando um roteirista não consegue resolver um problema decentemente, criado por ele mesmo no roteiro, não se desenvolve. Parte-se para outra ideia que ofereça uma solução mais plausível, ao invés de tentar tapear o público, que sempre saca essas coisas.


Outra coisa que incomodou bastante nesta temporada foram os poderes mágicos de Dexter. Antigamente o nerd chegava na cena do crime e aplicava toda uma metodologia para descobrir os detalhes do crime. Hoje ele dá uma rápida olhada, com a cabeça em outra coisa, e pronto: desvenda tudo. Sinto falta da parte mais procedural de Dexter, que trabalhava muito bem essas minucias que agregavam bastante ao escopo da série.

As tramas paralelas também pioraram muito. O plot do Batista com problemas com o parceiro Quinn, foi inútil e não acrescentou em nada à trama central da temporada, além de deixar a sensação que os personagens sobraram na série. O plot da mão do manequim não se resolveu nesta, mas a gente espera que volte a ser explorado na sétima temporada, se bem que eu não estranharia se ficasse por isso mesmo. Do jeito que as coisas andam...Dentre os tantos equívocos da temporada, uma personagem que se salvou da lambança dos roteiristas foi a detestável, porém consistente LaGuerta, que continuou detestável e coerente com sua personalidade.


O mesmo não se pode falar da Deb. Em certo momento da temporada, chequei a achar o plot dela o mais interessante da temporada, mais ainda que o principal, com ela sendo promovida à chefe da Homicídios e posteriormente as sessões de análise. Até que...Dá até vergonha de escrever...Até que Deb descobre-se apaixonada pelo irmão de criação, Dexter. WTF! Sério, é isso mesmo. Além de não acrescentar nada de interessante na mitologia dos personagens, os roteiristas conseguiram deturpar umas das relações mais bem construídas pela série, só para no final entregar de forma diluída e sem nenhum impacto uma cena esperada há 6 anos pelos fãs: o momento que Dexter é desmascarado. Achei bem morno este momento que deveria ser o ápice da série. Agora resta esperar pra ver o que vai dar, se é que vai dar alguma coisa, já que Deb, apaixonada, pode resolver encobrir o irmão. Lembrando que mais duas temporadas já foram garantidas, então pode ser cedo ainda para a casa de Dexter cair.

Pode ser apenas coincidência, mas o apelo popular da série nunca esteve maior, já que o emburrecimento de Dexter, surtiu efeito na audiência, fazendo da temporada uma das maiores em número de expectores. Vai entender...


 “I am a father. A son. A serial killer.”Dexter

Até a Sétima Temporada. 

3 comentários:

  1. Assisti as duas primeiras temporadas e todo mundo fala que a série dá uma caída, por isso tô com o pé atrás de assistir, e também porque já sei de muita coisa que acontece.
    Mas tô aqui por outro motivo, vi uma postagem um pouco antiga no orkut sobre a produção de um podcast, não sei se ainda tá de pé, mas meu blog tem um conteúdo bem parecido, e tô começando com uns podcasts agora, se quiser uma parceria e tal, entra em contato por email ou por comentário no meu blog mesmo.
    Gostei muito do seu blog, sério mesmo!

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  2. O público é burro e adora novelinha.Lost prova isso.

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  3. E tome Baformet(nas cenas dos suposto crimes biblicos e na mão espalmada) e simbolos illuminatis nas duas ultimas temporadas.Deve ser o motivo do sucesso.

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