14 de setembro de 2010

Merlin 3x01: The Tears of Uther Pendragon - Part 1


Para curtir a série da BBC sobre mago mais famoso de todos os tempos, primeiro é necessário esquecer a imagem do velho sábio de barba branca que conduziu o jovem Arthur ao trono de Camelot, e ao seu lado - e com ajuda dos Cavaleiros da Távola Redonda - propiciaram um dos reinados mais justos de toda história, fictícia ou não.


Na série, tanto Merlin como Arthur são jovens aprendendo a lidar com grandes responsabilidades e meros aspirantes a grande mago e a grande Rei, respectivamente.

Não é nem deturpação do mito do mago Merlin ou do Rei Arthur, já que a história do mago, por exemplo, data do século X, e muitas interpretações e divergências sobre os "fatos" surgiram ao longo dos séculos. A série é bem sucedida nessa nova abordagem do mito de Camelot, ao colocar esses velhos personagens na mesma faixa etária, apresentando uma nova dinâmica, que funciona desde de o começo, e é o grande acerto da série. Junte mais personagens coadjuvantes interessantes como o médico/conselheiro do reino Gaius (esse sim, lembra o Merlin clássico), a bruxa Morgana, a plebéia Gwen e um dragão que fala mais do que cospe fogo, e a diversão esta garantida.

Mas eu estou tentando enganar quem?

Merlin é trash de vez em sempre. É guilty pleasure em todos os sentidos. A estrutura previsível do roteiro não se preocupa em fugir do basicão, e todo episódio praticamente termina como começou, sem grandes avanços na mitologia da série. Outra parte que deixa devendo é a dos defeitos especiais, que variam do bom ao medíocre, com criaturas digitais que muitas vezes dão vergonha só de olhar. Mas a série é tão simpática, com fotografia aconchegante, locações bem resolvidas e figurinhos caprichados, que você acaba sublimando todos os defeitos.

A melhor definição para a série Merlin, é a de Smallville Medieval, tamanha semelhança na estrutura dos episódios. Analise comigo: O herói que tem que salvar o dia sem que ninguém possa saber sua identidade, já que é proibido usar magia em Camelot: Check; Os freaks/aberrações mágicas que chegam à Camelot para acabar com a paz, mas são derrotados pelo herói: Check; As cenas de efeitos especiais baratinhas e curtinhas durante o episódio e uma mais cara e longa no final: Check; A gente espera até hoje o Superman vestir o famigerado uniforme; A nossa barba vai ficar maior que a do velho Merlin se formos esperar para ver o bruxo com pleno domínio dos poderes ou o príncipe Arthur como Rei Arthur e ao lado dos Cavaleiros da Távola Redonda, justos e leais, ajudando a manter a paz no reino de Camelot.

Inicialmente planejada para ter apenas uma temporada, Merlin acabou caindo no gosto do publico e se mostrou extremamente vendável ao redor do mundo, já que o história de Camelot ultrapassou faz tempo os limites da Inglaterra e pode ser considerada um mito universal, com apelo em diversas culturas diferentes.

Mas chega de blábláblá e vamos ao excelente episódio, que marcou a volta de Merlin com muita ação e aventura, marcas registradas da série.

A bruxa Morgana (Katie McGrath), protegida do rei Uther (Anthony Head), volta à Camelot com uma missão bem clara: enfeitiçar o Rei, que passa a ter alucinações e é tido como louco pelo reino inteiro. Quem é fã de Harry Potter, com certeza notou as mandrágoras usadas no feitiço. Gostei da bruxa Morgana abraçando de vez seu lado evil, e virando inimiga número um de Merlin (Colin Morgan), como tem que ser! Só senti falta de uma participação maior da Gwen (Angel Coulby), que fez figuração de luxo no episódio.

Mas Uther Pendagron segurou na boa o episódio, e estavam lá todos os elementos que a gente adora e fez de Merlin um grande sucesso: as constantes brigas e provocações entre Merlin e Arthur (Bradley James), as caretas e sobrancelhas arqueadas do Gauis (Richard Wilson) e teve até uma participação bem bacana do dragão (voz de John Hurt), que evocado por Merlin, aparece para salvar o dia. Mas o cerco a Camelot é cada vez maior e a ameaça de invasão, vai render outro episódio. É esperar para ver a conclusão.

Ah, quase esqueci: Seja bem-vindo novamente, jovem feiticeiro!

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