15 de maio de 2011

SÉRIES: A 3ª Temporada de Fringe


Confira o melhor e o pior da 3º Temporada de Fringe


Em meio a muitas incertezas e o perigo de cancelamento, a terceira temporada de Fringe chegou ao fim deixando um saldo extremamente positivo. Confesso que o final da temporada foi meio decepcionante, culpa do futuro mal caracterizado pela série, mas o gancho para a próxima temporada (talvez a última se a audiência continuar tão baixa) foi, como diria Walter, Fascinante!

Dentre as coisas mais bacanas que rolaram nesta temporada que teve uma quantidade absurda de episódios sensacionais e bem acima da média, e que acabaram dando uma identidade própria a série, que sempre sofreu com comparações com outras produções, dá pra destacar:

O MELHOR
  • John Noble: Se tem uma constante durante essas 3 temporadas de Fringe é a interpretação inspirada de John Noble, que consegue dar ao personagem Walter Bishop (de longe a melhor coisa da série) um ar de brilhantismo, força e fragilidade. Tudo junto. O segundo papel que ele interpreta na série, Walternativo, não fica atrás: até a postura do ator em cena muda, seus trejeitos e tom de voz. Fica a pergunta: Como John Noble não ganhou um Emmy ainda?  

  • Anna Torv tendo que se desdobrar: Nenhuma temporada anterior de Fringe exigiu tanto da atriz protagonista da série, como esta terceira. E Anna Torv compareceu! Se antes a atriz era criticada pela interpretação sem sal da Olivia deste universo, a culpa era exclusivamente da personagem, que era toda travada emocionalmente. Isso ficou evidente quando BOlivia, a versão do universo paralelo da agente da Divisão Fringe entrou em cena. Muito mais expansiva, a personagem ajudou Anna Torv a se revelar para o público, que adorou. Os produtores gostaram da brincadeira e nesta temporada a atriz ainda "incorpora" Willian Bell e entrega a power Olivia do Futuro. Versatilidade não é mais problema para a atriz.


  • As aberturas dos episódios: A criatividade de Fringe começa pelos créditos dos episódios, cada vez mais integrados a série, e que deixam alguns easter eggs ao público mais atento. Nesta temporada teve de tudo um pouco: A abertura mudou de cor para distinguir os dois universos vizinhos, emulou uma série do passado, com direito a muito sintetizador na trilha da abertura, sem contar as dicas de temas relacionados a Divisão Fringe, cujo último episódio da temporada tinha coisas do tipo: "Rejuvenescimento Celular, Extração de Pensamentos, Água e Esperança". O bacana destes detalhes, além de ajudar a entender a trama da série, é que eles demostram o amor e o cuidado das pessoas envolvidas na produção, e isto sempre tem que ser valorizado.


  • Os casos da Semana: Se no passado eles pareciam desconectados da trama principal, nesta temporada eles fizeram mais sentido do que nunca, e garantiram a diversão de vários episódios. Muito bem executados pela produção da série, que sempre capricha nos efeitos visuais, desde a cena inicial que mostra o evento bizarro e deixa o público de boca aberta, e sem entender nada, até a conclusão do mistério que iniciou a anomalia. Difícil destacar um especial, diante de tanta bizarrice bacana que a série explorou, e muito bem explorado. 


  • Os dois universos: A trama principal da temporada, o choque dos dois universos, deixou claro que Fringe sabe trabalhar com temas complexos de maneira simples. Até os mais leigos na Teoria dos Universos Paralelos conseguiram captar a dimensão absurda do perigo em mexer com forças que fogem totalmente da nossa compreensão e como uma atitude impensada do personagem mais carismático da série, Walter Bishop, poderia desencadear a destruição de um Universo, bem como várias anomalias causadas pelo entrelaçamento de dois mundos. Mas quem consegue olhar Walter Bishop como vilão da série? Essa crise de identidade do personagem rendeu bons momentos em que a série discutiu bastante sobre ética científica, valores humanos e principalmente, sobre fazer a escolha certa, na hora em que fosse necessário. Ou simplesmente, causa e consequência.






O PIOR


  • O triângulo amoroso Olivia, Peter e BOlivia: Quase melou a temporada, hein? Por sorte foi deixada de lado na reta final e acabou não estragando a temporada. Mas deu medo. Olivia choramingando pelos cantos, se sentindo traida pela relação de Peter com a Olivia B, o filho desta...Enfim, nada contra o romance na série (na verdade se você pensar bem, Peter só salvou os dois Universos por causa da Olivia), desde que ele seja só a força motriz dos personagens, não o foco principal da série. Fica a dica.


  • Não explorar mais o Agente Lincoln Lee deste lado: Se no Universo B, o Agente Lincoln virou o chefe da Divisão Fringe, do lado de cá o personagem mal apareceu. Foi bem introduzido é verdade, mas ficou só nisso. E olha que tem potencial. Quem sabe na próxima temporada...


  • Nina Sharp mal aproveitada: Fringe terminou o terceiro ano sem consertar seu maior erro, o pouco destaque dispensado a esta personagem enigmática que poderia render bem mais se tivesse espaço. Se no começo a personagem tinha uma moral meio dúbia, nesta temporada ela revelou ser uma aliada importante da Divisão Fringe, além de braço direito de Willian Bell e agora, babá de Walter Bishop na Massive Dymanics. Pô, ela tem uma mão mecânica! Quer coisa mais cool que isso? Anakin/Luke Skywalker feelings.


  • Pra que serve o Sam Weiss mesmo?: Que ele sabe jogar boliche, até o observador está careca de saber, mas qual a importância (que ele aparenta ter) na série? Sério, a temporada armou, armou, e no fim ele sumiu e não serviu para nada. Nem apareceu no último episódio. Talvez, dentre os plots abandonados pela série ao longo desta temporada, como a do Peter Evil, que também não teve uma conclusão satisfatória, esse foi o mais frustrante. Afinal, quem é Sam Weiss e de onde vem a sabedoria dele? Mistério.  


  • O perigo do cancelamento: Nada atrapalhou mais a série que o perigo de cancelamento que rondou a temporada inteira, fora a troca do dia de exibição, que quase deixou a audiência no vermelho. Este perigo acabou refletindo da série: as conclusões mal executadas no final da temporada e que pareceram soluções de última hora, como a decisão de não mostrar efetivamente o choque dos dois universos e a destruição do lado B, perecem que foram ajustadas quando a série ganhou mais uma temporada (#Save_Fringe), fugindo do cancelamento certo, e o que era para ser o final da série em si, com os Universos colidindo foi adaptado e minimizado para render mais uma temporada. Talvez a última. Tomara que não!




... E daqui pra frente?

Difícil prever. O gancho para a quarta temporada foi tão bom, com o Peter "sumindo" que as possibilidades são inúmeras. É claro que uma solução bem criativa trará Peter de volta, afinal Joshua Jackson continua contratado. Resta saber como isso será feito. Podemos especular também, que as relações entre os personagens do lado A e lado B ficarão mais estreitas, afinal agora existe um caminho aberto entre os dois universos, ao que parece.
O jeito é ficar ligado nas notícias sobre a série, e esperar a próxima temporada. 

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