23 de maio de 2011

SÉRIES: Um Ano Sem LOST

É dura a abstinência. Ainda mais quando você não tem uma droga melhor e mais forte para usar no lugar.

 É verdade que Terra Nova promete, mas ainda está para estrear série que ocupe, pelo menos um cantinho no mega espaço vazio deixado por Lost, desde que Jack fechou os olhos com um sorriso no rosto e sensação de missão cumprida, ou destino, se você preferir, abraçando a morte. A jornada do herói chegava ao fim. O homem da ciência havia entendido finalmente que há coisas entre o céu e a Terra que simplesmente não se explicam, mas se sentem. Acredita-se nelas. Resumindo: Se tem Fé.

Há exatamente um ano, ia ao ar com muita pompa, luz e circunstância o último episódio da série que virou febre no mundo inteiro, bateu recordes de audiência, recorde de downloads dos episódios na internet, papou vários prêmios, e inventou um novo jeito de fazer tv. Unindo várias mídias diferentes, a série convidou o público a ir atrás de mais informações em livros, arg´s e games. A quantidade absurda de referências que Lost fazia a outras obras, era a cereja no topo do bolo, e deixava tudo mais delicioso, porque proporcionava material para discussões, teorias e achismos que varavam a madrugada, nos fóruns e mesas de bar da vida. O público se sentia parte da série. E os produtores entraram na brincadeira, botando perguntas que nós fazíamos na boca dos personagens (pô, que saudade do Hurley, dude...), e lotavam os episódios de easter eggs que faziam de Lost mais do que apenas 40 minutos semanais de diversão. Até que o próximo episódio inédito fosse ao ar, tinha material de sobra para os fãs se deliciarem. E a gente adorava, fala aí.


Não importa que tipo de fã de Lost você seja (ou foi): O que acompanhou desde a estréia da série, lá em 2004, ou que viu recentemente em maratona. Independentemente de ter adorado o final, ou detestado. Tenho certeza que para o bem, ou para o mal, Lost marcou você. Foram tantos bons momentos, que apesar de todos os erros, comuns nas produções de grande porte, o saldo final é extremamente positivo. Mesmo quem não gostou do desfecho, há de concordar. 

Uma mitologia fantástica foi desenvolvida, intencionalmente ou não, como background para a história dos sobreviventes de um vôo comercial que caem numa ilha cercada de mistérios e acabam descobrindo tratar-se de um lugar diferente, especial, que concentrava um magnetismo absurdo, jamais visto em outro canto do planeta, o que fazia da ilha um lugar único e com suas próprias leis da física. Ao longo do tempo, por uma razão ou outra, várias pessoas, de vários povos diferentes, de várias épocas diferentes chegaram a este paraíso que dentre outras coisas, curava doenças. Das duas, uma: ou a pessoa sentia uma conexão com o lugar, querendo protegê-lo, ou queria explorá-lo e lucrar em cima deste ponto especial que mudava de lugar no globo. Alguns queriam ficar, outros queriam partir. 


Vários tentaram roubar a "luz". Em algum ponto da história da ilha, o primeiro guardião foi designado para cuidar do local, uma espécie de zelador. Muitos se sucederam até que por um infeliz acidente, Jacob, o guardião mais atual, transformou seu irmão gêmeo numa aberração incapaz de ser explicada  pela nossa ciência. É o começo de tempos negros na ilha. O que era antes um paraíso, agora transformou-se no inferno, e muita gente encontrou seu fim lá. Alguns mortos estão até hoje, sussurrando na floresta. Com a situação fora de controle, Jacob começou a recrutar candidatos para assumir seu lugar e acabar com o mal causado pelo monstro de fumaça, já que ambos não poderiam entrar em combate direto, segundo as regras do jogo. 

Mas as pessoas que Jacob escolhia para participar da brincadeira com o irmão, não eram tão inocentes assim. Eram pessoas quebradas, que muito antes de se perderem na ilha, já estavam perdidas na vida, e acumulavam escolhas erradas. E do jeito fácil, ou do jeito difícil, acabaram se encontrando na ilha. Mas não sem antes pintar e bordar no presente e no passado do lugar. E tome cenas emocionantes: de mortes de personagens queridos, de reencontros de casais, muitos diálogos afiados e interpretações inspiradas, numa sintonia impressionante entre os atores, a produção e o público, que corria pra juntar o queixo a cada momento WTF, para não perder o próximo, fazendo da série um verdadeiro divisor de águas na história da tv mundial.


Sinceramente, não quero um novo Lost. Quero é ser surpreendido novamente, mas de um jeito diferente. Quero uma série que traga o frescor de novidade que Lost trouxe quando estreou. Uma série que me dasafie e que seja feita com muito tesão, com Lost era feita e que acima de tudo, não tenha medo de ousar. Difícil? Sim. Mas não impossível.

Fale a verdade: Jack, Kate, Sawyer, Hurley, Sun, Jin, Sayid, Benjamin Linus, John Locke e tantos outros estão fazendo falta, não? Baah, que saudade...




"See you in another life, brotha!"

Um comentário:

  1. Adorei a matéria. Realmente Lost é um dos meus seriados favoritos. Uma série fantástica, intrigante, que deixa uma saudade tremenda quando termina .. e você chora enquanto o olho do Jack vai se fechando.


    Lost ♥

    ResponderExcluir