Os erros e acertos da adaptação do herói Marvel para o Cinema
O filme do Deus do Trovão, dirigido por Kenneth Branagh, que dá continuidade ao projeto ambicioso da Marvel em levar seu universo dos quadrinhos para o Cinema, dá mais um passo em direção ao grande projeto: o filme do super grupo Os Vingadores. Mas como já disse, Thor é o Deus do Trovão, não da perfeição. E a aventura do Asgardiano, apesar de ser divertidissíma, tem suas falhas. Confira os principais erros e acertos do filme
A direção de arte e a fotografia do filme estão de parabéns. Os cenários e as tomadas em Asgard (que nunca foi tão dourada e tão bonita nos quadrinhos quanto no filme), estão lindas. Todas as sequências em Asgard são magníficas visualmente, incluindo a batalha no planeta dos Gigantes de Gelo, que é de tirar o fôlego. Aliás, toda a ação do filme está muito bem executada e funciona muito bem, com cenas que realmente impressionam. O som também está excelente, e os efeitos visuais bem convincentes. Destaque para o visual dos Gigantes de Gelo, que eu me amarei.
O problema do filme começa quando Thor, um Deus mimado, que quase inicia uma guerra por causa do seu ego, é banido por seu pai Odin de Asgard, perdendo o direito ao Trono, seu Martelo e todos os seus poderes, vindo parar na Terra, e é encontrado por uma equipe de cientistas.
Primeiro que a qualidade das cenas na Terra caí tanto que parece que Kenneth Branagh só se preocupou com a parte em Asgard, deixando o resto do filme na mão dos estagiários. Sério, tudo é muito ruim. Desde a sequência que os cientistas atropelam Thor, cheia de piadinhas que não entram, e por vezes, causam constrangimento. E não venha dizer que é humor inglês, que isso não é nem de longe parecido com o humor inglês. O alívio cômico do filme simplesmente não funciona.
O segundo erro do filme são as relações mal desenvolvidas entre os personagens. O amor desmedido de Thor e a cientista Jane Foster, interpretada por Natalie Portman, que não se justifica em nenhuma cena. Sim, dá onde vem esse amor todo? Será que a cena ficou de fora da versão para o cinema? Porque pareceu.
Outra coisa que decepciona é como a redenção de Thor é desenvolvida. Ou melhor, como a redenção de Thor NÃO é desenvolvida. Parece tudo muito gratuito. Odin manda o filho a Terra na esperança que ele mude e seja digno do poder que tem, mas essa mudança parece não ser importante para o roteiro que passa batido nesse ponto, concluindo tudo muito rápido. Sem um sofrimento verdadeiro do herói. Já vimos redenções melhores executadas, não?
Mas o caldo quase entorna mesmo quando os três guerreiros vindos de Asgard chegam a Terra, atrás do amigo Thor. A galhofa dos três andando na rua tenta ser minimizada pelo roteiro, que faz uma piadinha do tipo, vou rir primeiro, antes que os outros façam. "A Xena, o Jack Chan e o Robin Hood"? NOT. Pareceu mais Masters of the Universe, o filme do He-Man com Dolph Lundgren, tamanha vergonha alheia e desconforto que me causou.
Não posso deixar de comentar que fiquei extremamente frustrado com a participação do porteiro da Bifrost, Heimdall, que é um dos melhores personagens do filme, mas é extremamente mal aproveitado. Quem mais achou ele parecido com um Cavaleiro (do Zodíaco) de Ouro? Poderiam ter diminuído a participação dos cientistas muito atrapalhados e aumentado a dele. Merecia.
Anthony Hopkins está bem como Odin e dá a imponência que o personagem exige. Outro bem em cena, é Tom Hiddleston, que faz Loki, e mesmo também sendo mal apresentado e desenvolvido pelo roteiro (cadê as maquinações, trapaças e manipulações do personagem?) se vira muito bem com o que tem, e imprime uma carga dramática extra ao personagem, através do olhar melancólico e frio. Chris Hemsworth que vive o herói Thor, não se destaca, mas não compromete.
Legal as citações a Tony Stark e Bruce Banner, respectivamente Homen de Ferro e Hulk, no filme. Sem contar os easter eggs no cofre de Odin, recheado de artefatos poderesos no universo Marvel, como a Manopla do Infinito, a Chama Eterna e a Tábua da vida e do Tempo, dentre outros.
Com muitos erros e acertos, Thor é mais um passo firme da Marvel na Indústria Cinematográfica, que prova mais uma vez o cuidado da editora em transpor seus personagens as telas. E que venha Capitão América e Os Vingadores.
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