Com SPOILERS para quem não assistiu ao episódio.Este post também está no Seriadores Anônimos
Quando se tem um elenco numeroso em uma série de mistério/suspense e nenhum personagem é desenvolvido satisfatoriamente, das duas uma: ou isso faz parte do mistério ou os personagens não passam de bucha de canhão, e servem para morrer a qualquer momento. O perigo de abraçar a primeira opção é que impede que o público se conecte com os personagens e dificilmente alguém se importa com quem não conhece direito. Quando parecia que Persons Unknown seguia por este caminho, a série muda de direção.
Tori é a primeira a ir para o paredão e deixar a cidade. Seu corpo é encontrado boiando em uma fonte em Roma. Fica a pergunta: se era para eliminar o elenco aos poucos, porque não fazer isso já no episódio piloto e criar esta tensão de perigo real desde o começo?
O grupo sente falta de Tori e alguns decidem procurá-la. Nos limites da cidade, perto da barreira de micro-ondas, há um corpo no chão. Janet e os outros correm para socorrer, mas não é Tori, e sim uma mulher usando uma peruca loira e o vestido da patricinha. Eles levam a estranha ainda desmaiada para o hotel. Ao acordar a mulher se assusta e foge tentando sair da cidade, mas é impedida pela cerca invisível. Janet tenta convencê-la que não são inimigos, mas ela foge outra vez. Joe vai à sala de monitoramento e pergunta sobre Tori. Irritado por Joe ter quebrado o protocolo mais uma vez, Tom diz que Tori não está mais entre eles e que haverá mais eliminações. Joe pergunta se é Janet, mas o maitre diz que não vai responder mais nada, porque tanto ele quanto Joe tem trabalho a fazer e também estão sendo vigiados.
Ainda em fuga, Erika, a mulher que acabou de acordar na cidade, se esconde na agência bancária e quando Janet tenta falar com ela novamente, Erika entra no cofre e Janet vai atrás. Tom, que observa tudo pelas câmeras, fecha a porta do cofre remotamente, trancando-as. Joe volta à sala de monitoramento e exige que Tom abra a porta, mas ele diz que elas ficarão lá dentro até terem um resultado – ou uma mata a outra ou o oxigênio do cofre acaba e as duas morrem. Joe desesperado tenta abrir a porta. Com uma arma na mão, Tom manda ele se afastar dos controles e sair da sala. Joe decide quebrar a parede do cofre.
Dentro do cofre, Janet tenta convencer Erika que ambas estão na mesma situação e que também não sabe porque está ali. Depois de Erika quase esfaquear Janet, as duas acabam se entendo. O ar rarefeito começa afetá-las e Janet tem dificuldade em ficar acordada. O plano de Joe em quebrar a parede do cofre não dá certo e ele volta ao hotel. No elevador aperta uma combinação de botões que o leva à sala de monitoramento. Moira vê tudo. Depois de brigarem, Joe imobiliza Tom e exige que ele abra a porta do cobre. Tom abre a porta e o militar ajuda Janet e Erika a saírem. Moira confidencia ao militar o que viu Joe fazer. Tom diz que Joe colocou os dois em perigo e não sabe o que vai acontecer, mas acha que não será nada bom.
A encenação que o pai de Tori, chantageado, foi obrigado a fazer e que Moira viu no televisor (que mostra Tori sendo resgatada com vida) começa a deixar a parte da trama fora da cidade mais interessante e dá novo gás a investigação do jornalista que andava bem caída.
Em uma cena do episódio, Moira comenta que a situação deles lembra o enredo de um livro de Agatha Christie que ela leu. Eu não poderia ter pensado em uma comparação melhor. Persons Unknown não é um suspense sensacional, desses que marcam época, mas um suspense correto, que prefere trilhar um caminho seguro a aventurar-se no terreno das inovações. Igual à todos os mil livros de Agatha Christie que você já leu.
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